sexta-feira, 23 de julho de 2010

La Poste

No início da adolescência, eu me correspondia com minha amiga Lika Pika (sim, foi isso que você leu). Lika mudou-se para São Paulo e eu fiquei no interior. Aos 9, 10 anos nos escrevíamos de 1 a 2 vezes por semana. Era um ritual, olhar debaixo da porta e checar se havia cartas para mim.

Atualmente revivo um pouco essa época,  a França é o país das papeladas burocráticas. A maioria dos órgãos públicos exige solicitações de documentos através do correio, para depois marcar um horário e, se for o caso, atendê-lo, pessoalmente.

Correspondências contribuem com a ausência de fila - a não ser no açougue ao meio-dia, ou para jantar em bistrots parisienses após às 20h - isso me fez voltar ao hábito das cartas, mesmo que burocráticas. Passo horas preparando-as, redigindo, anexando documentos, preenchendo formulários à mão.

Papéis que autorizam débitos automáticos de água, luz, internet, aluguel, vêm através do correio, daí você os assina-se e os retorna à empresa. E MUITAS outras coisas. Depois basta ir até o La Poste, versão francesa do Correios, colocar o "timbre" (selo) e enviar.

A agência de Marcoussis sempre está tranquila, não passo mais de 5 minutos ali. Abre todos os dias da semana. Fecha 2 horas para o almoço. Há também tecnologia, processos na rede, o "serviço em linha",  prestação de serviço do governo, rápido e eficaz, mas falarei dele num próximo post.

Quando ouço o barulho da Biz do moço do La Poste, já vou até porta da casa, checar a correspodência na caixa de correio. Lika, acho que está na hora de voltar a me escrever cartinhas, agora que estamos um pouco longe da época Gumex, fase em que usávamos micro-saias tarja-preta!

Saiba mais sobre o La Poste 

Um comentário:

  1. "...Veep, obrigada pela lembrança...estou chorando, emocionada! Adoro escrever e mesmo em épocas de internet, ainda arrisco uns rabiscos via Correios. Meu irmão diz que sou a única pessoa que ainda utiliza este serviço. Beijos enormes. Te adoro!!!! ...

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