sábado, 3 de dezembro de 2011

Puisque Le Roi...

fotos: iris della rocca "puisque le roi n'est pas..."

Pois é, La Vallée Village, do ladinho de Paris, do ladinho da Disney, é o outlet das grandes marcas, onde os preços parecem mais acessíveis aos "não-deuses". Muito charmoso. Tudo reunido num só lugar como num shopping, mas ao ar livre.

Coleções passadas por quase metade do preço. Com um bom olho, consegue-se bons achados, clássicos, originais - ou se emocionar (a loja da Valentino me fez "chorar", tocar peças da alta costura, românticas, costurada à mão, glamourosas).

Importante ter certeza do que está comprando - saber se é aquilo que realmente quer. Não existe gerentes nas lojas. Mercadorias não são trocadas. Nem existe um aviso claro sobre isso. O  próprio centro comercial gera as queixas.

Na administração, preenche-se um formulário "informal" e espera-se muitos dias para ter uma resposta que, provavelmente, não será favorável à troca. Mas outras "ocorrências" podem supreender, como a fotógrafa de 25 anos, Iris Della Roca.

Pausa às compras num universo poético, fantasioso e tocante.



No "Espace La Vallée Village" está a exposição da artista "Puisque le roi n'est pas humble, que l'humble soit roi". Em suas fotos, seus modelos, das favelas do Rio, parecem ser crianças e reis de verdade. Lindo. Merci Della Roca!

Espace La Vallée Village
2 cours de la Faronne Serris - Val d"europe/Marne La Vallée - França
www.lavalleevillage.com

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Catacumbas Parisienses

fotos: viviane fuentes

Paris, 1785. Depois de 10 séculos recebendo cadáveres, o Cemitério dos Inocentes abarrotou-se de almas “ossuárias” que gemiam - uma do lado ou em cima da outra - e que começavam a contaminar os cidadãos que moravam em Le Halles.

Foi então que o Conselho do Estado de Paris resolveu promover uma operação na calada da noite. Carroças negras percorreriam ruas parisienses para evacuar ossos do Saints-Inocentes e reinstalá-los nas Catacumbas Parisienses, discretamente.

Nos primeiros anos da ação, as Catacumbas, vias públicas subterrâneas, eram transportados somente ossos e , com o decorrer do tempo, corpos em estado de decomposição. Uma ode aos góticos.

Hoje, na saída do RER Denfert Rochereau, pode ser o início do passeio o onde descemos descemos descemos escadas estreitas e torneadas até chegar as “carrières”: um labirinto a 20 m de profundidade com 6 milhões de ossos.

Debaixo de uma das cidades que mais evoca glamour e romantismo, poesias macabras, toneladas de crânios de quem não está nem aí há séculos  - programa desaconselhado aos cardíacos, percorrer 400 km "preenchidos" entre 1795 e 1867.

Uma maquete de pedra da fortaleza de Port-Mahon dá uma pausa "galeria de arte" no passeio mórbido onde, ilegalmente, rolam raves proibidas, espeleologistas vestem-se de neoprene, correndo o risco da morte, pois em alguns cantos dalí, a água sobe como as marés. E é mortal. Sorte que a maioria está morta.

Galeria de Ossos, bem debaixo do "nariz" de Paris
No ócio, funcionário de Luís XV fez a maquete da fortaleza  de Port-Mahon
Ossos milenares das Catacumbas Parisienses

ENDEREÇO
Catacombes de Paris

1, avenue du Colonel Henri Rol-Tanguy
75014 Paris
Tél. : 01 43 22 47 63
Fax : 01 43 22 48 17
 

Horários:

de terça a domingo das 10h às 17h (os caixas fecham às 16h)
ATENÇÃO ! : ULTIMA ENTRADA às 16h00 - Chegar com bastante antecedência.
Fechamento segunda, feriados e domingos de Páscoa

Entrada: 8 euros
até 13 anos, gratuita

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Onde moro by Michel Séméniako

As luzes da cidade se apagaram e Michel Séméniako fotografou. Pensei. Se fosse em São Paulo, Nova Iorque ou Paris, talvez não fosse tão possível a proposta que o fotógrafo fez à Marcoussis, cidade na Ile-de-France, com 8 mil habitantes.

O resultado não é descritivo, tem um “q” de fantasia. Através de sua lente, Séméniako subverte as cores do dia-a-dia e, mesmo que sejam charmosas por si mesmas, ele cria um universo fantátisco, colorido e vibrante de lugares-comum.

Lugares do cotidiano dos "marcoussissiens" são transpostos em “noites cromáticas” e, ao ler uma nota do prefeito, onde ele citava Jacques Prévert ao se referir a essa exposição, fiquei duplamente orgulhosa da cidade que moro.

A arte não morreu e o conhecimento dela não é ignorada por alguns políticos, mesmo em lugares longínquos. Num mundo multicolor, a interpretação das cores das noites e dos dias vai depender do olhar sensível de cada um.
Camenae - Château des Célestins
Capela do Château de Montagu
Médiathèque Léo-Ferre

Centro Nacional de Rugby - Mêlée des Limardandes
Antiga escola da comunidade
BMX- Parque de skate

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Mademoiselle Coiffée

fotos: bernard GILLOT
Demoiselle coiffée da região de Albiez Le Jeune (França)
A senhorita penteada (ou o penteado da senhorita?) foi ao cabelereiro e voltou mais penteada ainda, cabelo empedrado (nem usaram laquê), com 25 metros de altura, serelelepe, não passou desapercebida, e adorou o novo look

Foi isso que pensei ao ouvir pela primeira vez algo "vamos ver uma demoiselle coiffée". Claro, não é necessário pirar tanto numa escultura da natureza que surge do processo de erosão, sobretudo nos Alpes.

A alquimia da água, vento e neve, é responsável por essa aparição em terrenos secos e argilosos. As demoiselles coiffées, também conhecidas como "cheminée de feu", são vistas na França nos Hautes-Alpes e Hautes-Provence.

A "moçoila" deste post posa em Albiez Le Jeune e está numa balada charmosa e fácil de fazer a "Boucle Moine de Champlan" de 1.5 km. De onde ela está, é possível ver Albiez Le Vieux, as Aiguilles d'Arves, o Mont Emy, e sem se descabelar.

Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelaaaada.

Erosão criou esse tipo curioso de escultura
Demoiselle coiffée Le Moine de Champlan

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Glaciers de l'Etandard

fotos: Bernard e Mathieu GILLOT/Viviane FUENTES
Conta estourada. Caminhar não paga. Assinei o último cheque com a caneta Montblanc, desliguei meu laptop MacPrada e decidi caminhar! ...Ooops, essa frase parece da Bekky, protagonista do livro que acabei de ler Confessions d’une accro du shopping (2006) de Sophie Kinsella. Mas não é dela nem minha.

Porém há 2 palavras na frase que são a alma deste post. Caminhada e Montblanc. E por que não, juntar ao passeio uma terceira sugestão, lago?  Já pensou em tomar um banho de lago glacial, com vista paro o monte Montblanc, depois de subir quase 4 inclinados km e alcançar 2.553 metros de altitude?

Então a dica é fazer a "randonnée" Glaciers de l’Etendard, uma deliciosa caminhada que trabalha bastante os músculos do coração e das pernas –usando bastões, os dos braços também. Até a Luna (4 anos) caminhou conosco 6 hs (subida, piquenique e descida), bem orientada pelo pai mouton

Foi um desafio árduo, mas "possível". Os vertiginosos não travaram, nem fizeram escândalos, marcharam calados, transformando o som do caminhar num mantra em meio ao silêncio da natureza (algumas vezes interrompidos por 4X4).

Partimos de 500 m de altitude e em 3 horas chegamos a 2.553 m. Dali, vimos Saint-Sorlin e uma bela paisagem glacial (no verão ainda resta um pouquinho de gelo nos picos): lago Bramant, panorama para os montes de Belledonne, Beaufortin que domina o Montblanc, Grande Lauzière e Grande Casse.

O apogeu é atingir aos 3.465 m de altitude, no Pico de Etendart. Mas fizemos o passeio em família e, apesar, de estarmos orgulhosos pela Luna, não podíamos exagerar. Tínhamos mais 4 km de descida, 3 horas ainda para caminhar.

Alpes, com direito à vista ao Montblanc, o sol contrastava o vento gélido. Ninguém nadou, crowl ou clássico. Mesmo no verão a água do lago é gelo derretido! Esquecemos a bravura e fizemos uma ducha quente no conforto do chalé.


Geleiras de Etandart (Saint-Sorlin d'Arves): início da caminhada
Parceiros em Savoie: Luna e Mathieu sobem a montanha
Lago Bramant: quer nadar?
A vista: recompensa a 2.553 m de altitude

domingo, 9 de outubro de 2011

Cinema Animalier

fotos: Anne e Erik LAPIED
Bouquetin, personagem presente nos Alpes Franceses e em "La Valée Oubliée des Hommes"
Fomos ao cinema no primeiro dia de férias nos Alpes. Alguns poderão se indagar: mas ir ao cinema durante as férias, e na montanha? Sim, primeira sessão, 18h30. O manual de sobrevivência diz: ir ao cinema sempre, sempre que possível! E, lá, nada mais temático do que assistir a um filme animalier em família.

Me perguntei: mas que diabo de gênero de fime é o animalier, que bicho será? Que tipo de 7 cabeças, ele é? A "Lassie", série televisiva dos anos 80 é? Ou os documentários do Planeta Terra, programa da "extinta" TV Cultura, são filmes animalier? Para o meu alívio o querido mestre da categoria esclareceu.

Jacques Perrin. De Microscosmos, Oceanos e Le Peuple Migratuer. O respeitado cineasta francês diz que o cinéma animalier é a arte de olhar. Não é apenas mostrar os animais na natureza, em seu habitat. Mas REFLETIR. Dependerá da sensibildade do diretor, o filme ser ou não bom.

Para concluir, Cinéma Animalier não é exatamente documentário. Lembra ficção, há ficção, mas não é. O filme que assistimos naquele final de tarde era assinado pela casal de cineastas Anne e Erik LapiedLa Valéee Oubliée des Hommes.
A Camurça (Chamois), protagonista, do filme "La Valée Oubliée des Hommes"
Ele é parte integrante de uma trilogia (Voyage au bout de l'hiver e Juste après la neige) que retrata, em 4 estações, o modo de vida dos principais animais dos Alpes, tendo o cabrito montês (chamois) como o fio condutor.

Durante uma briga com outro de sua espécie, o chamois se machuca e é obrigado a se refugiar. Pouco a pouco, os cineastas nos ajudam a desvendar e a refletir sobre as adversidades pelas quais os animais montanheses passam, ficando claro que a montanha foi feita para os mais fortes.

Ao término do filme, ouvimos a palestra de Anne Lapied e, no final, Mathieu e eu discutimos mais sobre a o cinema "animalier" e outras curiosidade e fatos reveladores sobre as filmagens - enquanto isso sua filha e seu marido exibiam seus filmes e palestravam, mas em outros vilarejos dos Alpes.

A família Lapied mora nas montanhas há mais de 15 anos e divulgam seus filmes, sobretudo na França, e na região em que estão. Produzem, exibem, palestram, distribuem e, sem "holding", são eles mesmos que escalam montanhas e carregam e observam e filmam, faça sol, chuva e, sobretudo, neve.
Anne Lapied durante a filmagem de "Voyage au Bout de l'Hiver"

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Course de Neuilly


Ontem aconteceu a Corrida de Neuilly na "pequena coroa" de Paris - 10 €, mais de mil inscritos, a partir de 10 anos de idade, para percursos de 1.5 km, 5km  ou 10 km. Manhã ensolarada e ao mesmo tempo fresca por causa das árvores milenares e dos imóveis de 3 ou 4 andares, no metro quadrado mais caro da França.

Senhor Presidente e famosos se instalam no bairro de Neuilly (Neuilly-sur-Seine).

Participar de uma corrida como essa é ter  a chance de trafegar por ruas charmosas sem a circulação normal de carros e pedestres. No final, cada participante ganhou 1 camiseta - os vencedores levaram seus troféus e eu, a deliciosa sensação de ter competitido e corrido, pela primeira vez, 10 km em Paris.

Voltaremos, no próximo ano!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Lindo e (quase) mortal

Fotos: Mathieu GILLOT e Viviane FUENTES
Será que a mosca sobreviverá depois de tocar o Amanite Tue-Mouche?
Outono, chuvas. Começou a época da colheita de champignons na França. Antes de pegar o que vê pela frente, é importante saber quais são os cosmestíveis e quais não. Como, por exemplo, o Amanite Tue-Mouche.
Eles desenvolvem muito rapidamente depois da chuva, os cogumelos Amanite Tue-Mouche
Considerado uma espécie cosmopolita, ele veste um chapéu vermelho vibrante, salpicado com bolinhas brancas que não vai acompanhar o prato do seu almoço. Mas será que ele mata moscas, como sugere o nome em francês (tue-mouche)?
Touche pas: Atenção, esse cogumelo não é cosmetível
Na Grécia Antiga era utilizado nos cultos dionísicos e, atualmente, em rituais xamânicos e indianos (soma) por causa de suas propriedades alucinógenas (nesse caso acho que ele é utilizadopra dançar, festejar!).
Tue-mouche: bonitinho e alucinógeno
Aos amadores de cogumelos, touche pas! A chuva pode retirar as verrugas brancas do seu chapéu, causando confusão. Não coma um cogumelo que você não tem 100% de certeza que é cosmetível. Sempre pergunte a um bom entendedor.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Albiez- Montrond

Fotos: Bernard e Mathieu GILLOT/Viviane FUENTES
Vista de Albiez-Montrond - França
Em Savoie, França divisa com a Itália, há uma cidade muito conhecida, Saint-Jean-de-Maurienne e, a 18 km dela, está Albiez-Montrond, vilarejo situado no alto da montanha, num vale ensolarado, faça neve ou não.
Lá no fundo as Aiguilles D'Arves (Albiez-Montrond)
Esse lugar faz parte da história do meu marido. Durante sua infância, esquiou bastante por ali - entre os 2 Albiez (Albiez-Le-Jeune), há 2 estações de ski. Hoje, com mais chalés do que há 20 anos, o vilarejo ainda é pequeno e charmoso.
Albiez Montrond: vilarejo singelo e charmoso
Tem escola de equitação, lagos artificiais para se banhar (em agosto a média foi de 23 graus). Trilhas (níveis inciante e iniciado), ao pé das "Aiguilles d'Arves", conhecida também como "Tête de Chat" (já falamos dela, lembra?).
Aiguilles D'Arves - em Albiez-Montrond
O "Col de Mollard" chega a 1.600 m de altitude. Na gastronômica, do meu ponto de vista, o que ressalta é o queijo local o Beaufort (bonito e forte?!) e o Reblochon que eles fabricam é excelente! Os vinhos são honestos.
Queijo Beaufort, típico de Savoie (foto dedivulgação, extraído so site da empresa)
Foi lá que, há 1 século, o senhor Opinel criou um canivete simples, robusto e eterno. Ali fundou seu negócio de família e, aos amantes dos "couteaux", há um museu a visitar - os preços não diferem muito dos "opinéis" encontrados em Paris.
Foto extraída do site da Opinel
Em nossa primeira noite no vilarejo, fomos ao cinema. O filme narrava a história de um chevreuil  que, após, ter caído num precepício, quebrado a perna, viveu recluso nas montanhas e sobreviveu, mesmo com vertigem...Me identifiquei.
Alpes franceses: de manhazinha, vista de Albiez-Montrond

Próximo post: Cinema nas/das montanhas (Cinéma Animalier).

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Alpes franceses, no verão

Programa do dia: caminhar 6 horas na montanha - subir e descer!
fotos: Mathieu GILLOT e Viviane FUENTES

Na França, as férias escolares duram 2 meses (julho e agosto). No verão, os franceses preferem ir para a praia. Apesar da minha vertigem, meu fiasco em caminhadas íngremes e selvagens, decidimos ir para os alpes franceses. 

Programa do outro dia: tentar escalar, sem escorregar no precipício
Pra quem entende mais de asfalto, a montanha pode gerar pânico (meu caso). Por outro lado, sopro de vida (meu também): colher morangos silvestres à beira das trilhas,  fotografar tapetes de champignons (Tue-Mouches) que não se podem comer!


Petit Déj: frutas vermelhas selvagens na beira das trilhas
Muitas caminhadas em trilhas úmidas ou secas. Ida ao cinema, a descoberta do "cinéma animalier". Dia sim, dia não, jantar gourmand (tartiflette, raclette) e a cereja-do-bolo: (tentar) ver marmotas.

Champignons Amanite Tue-Mouche: On ne peut pas manger!
E, se você achava que "bicho da montanha" era o "Pé Grande", e não o bouquetinchevreuil, descobrirá nos próximos posts que "cabeça de gato" não é um prato é sim um clássico arqueológico de Savoie, nos alpes franceses.
Final da tarde: vista para a Tête de Chat (Savoie-França)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Coquelicot - Carl Marletti Pâtissier

Le Dôme Blanc - création Carl Marletti

Photos: Greg NUNEZ
Uma amiga chegou do Brasil trazendo milhões de encomendas para mim: remédio manipulado para inibir o apetite, balas de colágeno para beliscar menos durante o dia. Trouxe também bala de coco e pão de queijo  – esses 2 itens eram encomendas para o aniversário da minha filha. 

Em sua viagem à Paris, ela havia planejado visitar pâtisseries premiadas. Num de seus passeios, a acompanhei. Deixei os compridos manipulados em casa, e me aventurei. Naquela manhã, na “linha rosa” do metrô, descemos na Censier Daunbenton. 

Ao sair do metrô, logo encontramos a boutique de doces assinados por Carl Marletti, aberta em 2007 . Singela, chique e charmosa. Lá, tudo estava bem apresentado, bonito, colorido, dos olhos parecia deslizar direto para a boca - eu salivava, feito cão sem dono (mas discretamente!).

pâtisserie clássica francesa se exibia no balcão de vidro. Millefeuille (baunilha, frutas vermelhas, chocolate, praliné). Tartelettes (limão, frutas da estação). Pâtes à choux (religieuseseclairs)Macarons.

E as criações próprias. Um capítulo à parte de sabor e criatividade, inclusive a arquitetura dos nomes:  Le Dôme Noir, Le Dôme Blanc, Le Dome Coquelicot, Le Censier, La Marie-Antoinette, La Folie, Le Désir
Loucura, desejo, censura... Poesia crocante. Ao unir o nome ao doce, tudo se encaixa aos 5 sentidos. Marletti foi chef pâtissier do Grand Hôtel Intercontinental, dono do Café de la Paix, premiado ao fazer uma releitura do “mil folhas” e criar o cinq-cents feuilles.

Dos 4 doces que escolhemos, um era para Luna. La Dôme Coquelicot. Coquelicot é uma flor delicada, comum nos campos europeus a partir do mês de abril. É também o perfume usado nessa pâtisserie de cor rosa vibrante e forma lúdica.
Voilà Le Dôme Coquelicot antes de derreter
Ao chegar em casa, depois de 40 minutos dentro do meu carro-estufa, o doce havia derretido... Ainda assim, pude experimentar um bocadinho de ternura misturada com brisa matinal. Em pequenas colheradas, provamos o sabor especial da mousse posta sobre bolacha “levemente” de amêndoas, com geléia de “griottes”.

Deixei o regime para  a semana seguinte, junto com a volta às corridas de final de tarde... Os preços da boutique de Marletti são acessíveis aos reles mortais (média de 4 euros), eu voltaria lá (ah voltarei!), depois de queimar algumas calorias!

ps: a pâtisserie é uma ciência, pergunte ao atendente da boutique como transportar e conservar o doce, se não for comer na hora.

Carl Marletti Pâtissier
5éme arrondissement
tel: 01 43 31 68 12
51, rue Censier - PARIS
de terça a sábado das 10h às 20h
domingos das 10h às 13h30

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dalí Fantasmagórico

fotos: Mathieu GILLOT

Não é um museu. Nem galeria. É um pouco dos dois.  O “Espace Dalí Montmartre” é um espaço dedicado ao trabalho e aos devaneios de Salvador Dalí. Colagens, móveis, objetos de vidros, sobretudo gravuras e esculturas. Mais de 300 obras pontuadas pelas literatura e mitologia. História e religião. 

Um sobrado confortável, charmoso, por vezes “transreal”, com áudio e imagens do mestre surrealista em ação. Em suas esculturas fica evidente sua curiosa obsessão em transformar ideias em formas, desconstruí-las e depois moldá-las à sua semelhança.

O “ Espace Dalí” fica num bairro que, nos nos idos de 1900, em meio à revolução cubista, era o "QG" de ateliês de artistas, como o "fantasmagórico catalão" - proclamado mais tarde Imperador de Montmartre.

Um passeio cultural a se fazer depois de bater pernas pelas ladeiras da parte oeste do 18º arrondissement de Paris. Não deixe de visitar e revisitar a mente de Dalí em obras mais conhecidas, outras menos.

Espace Dalí Montmartre
11 rue Poulbot
f: 01 42 64 40 10
adultos: 10  
até 26 anos: 6 
menores de 8 anos: gratuito
metrôs próximos: Abesses, Anvers
"Le profil du temps"
Sexy, a maneira como o piano se sustenta
Falsa passagem em profundidade, no Espaço Dalí
Esculturas com referências mitológicas e literárias de Dalí
"Le pouce"
"L'escargot et l'ange"
L'éléphant spatial
Roméo et Juliette: série de gravuras