sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Suguei uma aranha

Hoje suguei uma aranha. Por um orifício que ela jamais imaginaria. Juro, não era minha intenção. Como numa abdução, foi chupada por mim. Pobre. Aprendi a gostar dos aracnídeos, e a deixá-los passear à maneira deles. Posso coabitar sob o mesmo teto com aranhas, elas não me dão paura.

Nessa manhã morna quase parada ninguém imaginava que isso poderia acontecer. Quando a vi, foi como a um sapo quando vê passar o inseto. Alimento. Vupt. E aspira com a língua. A aranha até parecia perigosa, pequena, peluda. Nada de pernas finas traçadas. Não desejei isso. Foi mais forte do que eu.

Lá dentro, no interior de um casco plástico, ela divide o espaço com resto de ração de gato, pó, poeira, parafusos e sabe-se lá o que mais. Ao sugar um clips, desejei que ele atravessasse o coração dela, sem dor. Pra sair da clausura, parar a agonia. Mas não havia como desfazer o ocorrido.

Serei mais cuidadosa com o aspirador de pó da próxima vez.

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