Hoje suguei uma aranha. Por um orifício que ela jamais imaginaria. Juro, não era minha intenção. Como numa abdução, foi chupada por mim. Pobre. Aprendi a gostar dos aracnídeos, e a deixá-los passear à maneira deles. Posso coabitar sob o mesmo teto com aranhas, elas não me dão paura.
Nessa manhã morna quase parada ninguém imaginava que isso poderia acontecer. Quando a vi, foi como a um sapo quando vê passar o inseto. Alimento. Vupt. E aspira com a língua. A aranha até parecia perigosa, pequena, peluda. Nada de pernas finas traçadas. Não desejei isso. Foi mais forte do que eu.
Lá dentro, no interior de um casco plástico, ela divide o espaço com resto de ração de gato, pó, poeira, parafusos e sabe-se lá o que mais. Ao sugar um clips, desejei que ele atravessasse o coração dela, sem dor. Pra sair da clausura, parar a agonia. Mas não havia como desfazer o ocorrido.
Serei mais cuidadosa com o aspirador de pó da próxima vez.
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