quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A gata mais cara do mundo - Parte II

Pobre gata que não sabia o que se passaria nos próximos meses. Também não estava nem preocupada. Eu, uma pilha de nervos. Consciência e culpa. Dois dias antes de embarcar, coloquei o microchip e fiz o exame de sangue.

Mimi nem reclamou do dispositivo colocado em sua nuca, que não contava sua história conosco. Nem se mexeu quando enfiaram um agulha no meio de sua patinha para tirar o sangue.

Gatos são territoriais, mas se apegam tanto ao dono quanto a casa. Antes de nos mudarmos, rodamos de casa em casa, de amigos, em períodos curtos e ela se adaptou sem miar. Mas onde se hospedaria?

Tati ofereceu sua casa. Ali ela prosperou. Não pirou, não fugiu. Se apegou à família e aos cantinhos da casa. Quarentena finalizada. Que felicidade, minha apreensão deveria começar a esvair, mas não.

Ao tentar fazer reserva pela TAM, descobri que necessitaria de despachante aduaneiro. Não acreditei! Mas por acaso, uma amiga que mora em Paris, passaria as férias no Brasil, e a traria como "bagagem acompanhada".

Ao fazer a reserva, atrelada a passagem da amiga, a KLM informa que, pelo fato do voo ter conexão de menos de 2 horas, eu teria que pagar 500 euros a mais. 100 por adulto (minha amiga e o marido) e 75 pelas criancas (suas 2 filhas).

Fiquei muda. Deixei o vento me sugar, me absorver. Quis ser um átomo. Mimi, a cada dia que se passava, se transformava numa aristocrata de ouro. Algo intangível nos dias de hoje. E agora?

Fiquei sob o julgamento de alguns. Mas trazer a gata com a gente não era frescura, nem luxo. É o preço a pagar. Se adota um animal, você tem que adotar códigos morais também. Infelizmente para isso, tivemos que gastar uma pequena fortuna.

Ela nos custou 3 vezes mais do que um labrador comprado no Shopping Iguatemi, com pedigree. Já  havia permitido Bukowski, meu cão companheiro de 11 anos, partir para a Flórida que, aliás, curte sua aposentadoria numa boa, com o calor e a dedicação da avó.

Mimi era parte nossa, parte da família. Não tinha mais nada a fazer, senão pagar um despachante aduaneiro. Encontrei a Doc-Dog (não a grife) e a enxaqueca começou a diminuir.

Mas o saldo da conta bancária também. Taxas aqui, lá, acolá e, finalmente, Mimi chegou! Minha filha adora sua gata. Eu adoro vê-las juntos, brincando. Os olhos de Mathieu irão sorrir.

Mimi, a gata de rua mais cara do mundo, havia chegado à Paris. Sã e salva. Com passaporte carimbado. Mas fez pipi na caixa.  Há 2 dias se lava sem parar, lambe, lambe os pelos sem deixar vestígios.

PS: Se for trazer seu pet para a União Européia, não sou eu quem dará conselhos. Entre no site da Doc-Dog. Lá tem toda a informação sobre viagens internacionais de animais de estimação. O  Fernando foi rápido, profissinal, eficaz e Mimi chegou ótima !

Um comentário:

  1. Oi Viviane!

    Vi na primeira parte que já respondeu a essa pergunta...preciso mudar para a Bélgica em julho e o meu Théo vai comigo...estou me preparando para contratar a doc-dog. Amo demais esse gato. Obrigada por compartilhar a sua história!

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