Sonhei que a letra U entrava toda coquette, com seus próprios pés em em meu ouvido. Contente, com sua boina pra lá de francesa caricatural, vestia uma sunga com as cores verde e amarela.
Dentro de meu ouvido, ela pode visitar São Paulo, Rio de Janeiro e Amazônia. Flashs rápidos de cartões postais, com os símbolos do Corcovado, Prédio do Banespa, e de tribos indígenas.
Ao ouvir o som exótico do atabaque, mil em um, mântricos, começou a ficar tonta e a marchar como caranguejo. Seu sorriso coquin do início desapareceu. Mal a reconhecíamos.
Teve um surto. Tudo ficou negro. Silêncio. Silêncio. Som de remo, deslizando a água. E lá estava a letra U, partindo de meu ouvido, um pouco confusa, numa gôndola italiana.
Ao se ver chegando, numa péniche no Sena, próxima a Torre Eiffel, suspirou aliviada, e foi até a terraça de um bar, tomar café, acompanhado de chouquette.
Em alguns minutos chegaram seu amigos siameses "Eu" e assim passaram o resto da tarde: em plena harmonia, filosofando sobre a vida, contando sobre suas excêntricas viagens.
Moral da história: O "U" francês não tem som correspondente em português.
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