Como em todo lugar, à noite começa a ficar mais iluminada, muito mais, e a conter desenhos com temas natalinos: Noel, trenó, renas, animais, árvores, algumas poucas ousadias. Ao passear pelo Boulevard Haussmann em Paris, os burbúrios mais ouvidos são os da língua portuguesa com sotoque brasileiro.
Negras de tanta gente estão as lojas de departamentos de grife, como a Gallery Lafayette e Printemps que, apesar de donos diferentes, têm o mesmo vitrinista para o Natal. Do teto luxuoso dessa Lafayette, "caem" caixas enormes de presente, mas não são de graça, mesmo aos que se comportaram durante o ano.
Ao contrário do Shopping Iguatemi em São Paulo, as grifes mais caras começam pelo térreo. Ao subir, decrescem os valores da Gallery. Preços acessíveis apenas aos deuses do Olimpo e suas moedas imaginárias. Negras de tanta gente. Nos caixas, filas enormes. Para embalagem de presente, idem.
Escolhemos o presente da Luna, uma cozinha de madeira em tamanho real (pra 4 anos). Está na moda brinquedos de madeira. É ecológico. Mas não comprei a bolsa mais simples da Chanel, ao meu ver, a coleção de luxo menos careta de todas as marcas - será que Noel da próxima encarnação me dará?
Ao sair da Laffayette, franceses xingam. O trânsito é infernal. A imensa quantidade de turistas demora uns 20 minutos pra atravessar à rua, na raça, os carros avançam. Um ciclista parisiense à cárater "atropela" propositalmente uma pedestre no sinal verde a ele. Se enrubesce, estava errada.
Donos de Masserattis, com cicatrizes italianas, levam multa por pararem em lugares inapropriados. Policiais de trânsito pedem a alguns motoristas que não avancem o carro, sem surtir efeito. Ninguém consegue vaga para estacionar sem rodar menos de uma hora. Estacionamentos pagos têm raras vagas.
Esse é o início das compras de um feliz e caótico natal no centro de uma das cidades mais visitadas no mundo.
Jingle Bells!