A chuva engrossa, estamos esperando há meia hora. Algo nos surpreende, o segurança do MAM nos chama para "cortar" fila, estamos com criança, mas também estamos com guarda-chuva. Entramos porém, antes, emprestamos o guarda-chuva a 3 amigos, descobertos e desconhecidos, atrás de nós.
Ao entrar, outra surpresa, somos comunicados que há uma chapelaria (não muito comum nos museus, galerias parisienses) e gratuita. Deixamos nossas bolsas (documentos levamos), casacos, boinas, luvas. No saguão, uma enorme foto de Basquiat. A filha posa com o pai para a mãe.
Compramos a entrada, 9 euros, em seguida Mathieu leva Luna ao banheiro. Nesse ínterim um dos amigos devolve o guarda-chuva. E agradece quase sem palavras com olhar cândido. Certamente, esse tipo de gentileza não é muito comum nas cidades grandes e turísticas (talvez nem a eles).
Ao entrar na galeria com a minha enorme câmera dependurada no pescoço, entrego meu ticket, escaneio, e parto pra algumas fotos. Minutos depois, sou repreendida. É proibido fotografar. Peço desculpas. Não havia um letreiro informando. O bilheteiro não me alertou. Juro, não foi "trucão" de minha parte (olha ele lá, na foto abaixo, de terno bordô, vindo em minha direção).
Visito apenas com os olhos. Mathieu é paciente e cuida da Luna. Mostra a ela algumas pinturas, compreensíveis ao universo dela. Os traços de Basquiat são de um garoto com pouco mais de 7 anos de idade, todavia a mensagem não é naif. Imaginei a interpretação de um pscólogo sobre o desenho do artista, nascido no Brooklin, morto no auge da carreira, aos 28 anos, de overdose.
Mas prefiro o ponto de vista de um artista, como o de Johnny Depp, é mais poética, algo como: Nada pode substituir o calor e o imediatismo da poesia de Basquiat, nem as questões e as verdades definitivas que ele transmite... A cacofonia de seu silêncio... Basquiat foi, Basquiat é musica... Primitiva e feroz.
Lunita está belíssima! Adoro.
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