Certa manhã, algo estranho se passou em Marcoussis. Um homem com roupa larga, vestido com colete flúor, correu em minha direção. Pensei: é o lixeiro. Mas não era dia de coleta. Em vários outros o mesmo se passou, e com rostos novos. Não em dia de coleta. Achei intrigante aquela ocorrência na França.
Concluí que, nessa época, deveria ocorrer muitas obras da Prefeitura na cidade. Ou algo mais bizarro. Uma invasão fluorescente. Ou nada disso. No inverno, aqui, 8 da manhã é 5 da manhã no Brasil. E 5 da tarde, é 9 da noite. A maioria das pessoas em Marcoussis corre, e se precave. Era esse o motivo.
É "très a la mode" vestir colete flúor para não ser atropelado na beira da estrada nem por um alce, um corvo, nem por uma bike e, principalmente, pelo trenó ou pelas renas do Noel (sinalizados também). Decidi vestir o colete. Dá mais trabalho do que se arrumar para ser noiva no altar.
Mas se faz muito importante ser "fashion" para se integrar a uma cultura que não é sua. Voilá, a lista das etapas anteriores ao colete. Vestir uma blusa justa do tipo sous-pull, e por cima, polar, quentinha e macia, depois jaqueta fechada, corta-vento. Tudo manga comprida. E, tiens tiens, o colete.
E a parte debaixo? Legging ou meia-calça de lã e, por cima, meia de corrida, que alivia impacto e de compressão e, depois, meia de montanha. Coloque o tênis. Vista a calça de corrida, ou de esporte de aventura. Gorrinho quente na cabeça, luvas de lã, ou de neve. Saia, siga a rota e boa corrida! Difícil mesmo é tirar a roupa pra tomar banho. Mas o que fazer, sou uma vítima da moda.