quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Guinguettes

No início do século XIX, para se desetressar da cidade grande, os parisienses partiam às banlieues de Ile-de-France, às bordas do rio Sena ou Marne para sacudir o esqueleto e tomar "un verre" nas bucólicas guinguettes -  espécie de restaurante onde a prioridade não era comer, e sim se divertir!

Van Gogh pintou, Doisneau fotografou esse bares-bailes populares que, aos finais de semana, ficavam lotados. O intuito era, dançar, cantar e beber. No final do dia, de quebra, podia-se tomar um banho no rio  - mas a partir dos anos 60/70, esses banhos foram proibidos por causa das peniches (barcos de transportes que trafegam nos rios franceses). A partir daí, o declínio das guinguettes foi iminente.

A origem do nome "guinguette" é polêmica, uns atribuem a um tipo de bebida muito comum aos vinhedos da Ile-de-France da época, o "vin aigrelet",  muito consumido nessas festas, que era um vinho branco mais barato. Outros atribuem ao verbo "guinguer" (saltar, em português) que remete à dança (gigue em francês).

Seja como for, ainda nos idos do século XX, devido ao grande sucesso desses "bailes", foram criadas estações de trens (Gare Bastille) que embalavam sua amável clientela até o destino da festa - mais tarde, as guinguettes se estenderam à outras periferias como Beleville, Montrouge, Bercy. Bois de Boulogne e Vincennes.

A propósito, essas festas contagiantes, a "la bonne franchette" (sem frescura, despojadas) - foram nomeadas de "guinguetes" por seu próprio público - os donos dos restaurantes não gostavam do termo.  Hoje, raras, podemos encontrar algumas delas nos arredores de Paris, com o mesmo espírito festivo da época, porém em cenários menos campestres.

No próximo post, imagens amadoras de uma das últimas guingettes que restou em Paris

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