Numa busca rápida, digitei no Google o nome de uma das "últimas guinguettes em Paris" e, em várias línguas, encontramos comentários como: "péssimo" "comida ruim" "onde já se viu, consumir e pagar pra usar o banheiro" "absurdo! passar o chapéu depois de cantar" etc etc etc...Mas, perae, vamos voltar o filme um pouquinho.
Paris, final de julho de 2011
Contentes em rever grandes amigos, Mathieu e eu passeávamos com eles por Paris. De Montmartre caminhamos em direção ao "marché aux puces Saint Ouen" onde, em barraquinhas, estão à venda roupas de ocasião, tecidos indianos, bolsas "luis vitão".
Pouco empolgada com o “mercado de pulgas”, pensei:"Bom, agora que passamos pelas Praças da Sé e da República, podemos ir pra Calixto?". Em alguns minutos, chegamos à uma "galeria" aberta, uma das maiores feiras de antiguidades da França.
Depois de passarmos por todas as lojas, de talheres e objetos de prata, móveis antigos de madeira talhada, selos de colecionadores, cristais, taças, pensando ser o fim da balada, decidimos entrar num restaurante pra “molhar o verbo”.
Era lá, o Chez Louisette, (Google, péssimo, comida, ruim, banheiro que paga...). Antes mesmo da primeira cerveja chegar à mesa, os 4 amigos, sorriam e reluziam, contagiados pelo clima das "guinguettes".
Lá estávamos, au hasard, numa das raras guinguettes de Paris. A garçonete oficial, uma senhora de uns 60 anos, gritava "GERARD, isso!""GERARD, aquilo!""GERARD, frites!" – comandou/gritou nosso pedido. As fritas chegaram em 2 minutos!
Pedimos Pelforth para todos, nos trouxeram escura, não loira, como pensamos. E sabe do que mais? Nem reclamos. Ruiva ou morena, tanto fazia. Aquilo estava maravilhoso. Divertidíssimo! O domingo, agradável, ensolarado. Lá dentro mais ainda.
Brilhavam guirlandas vermelhas e douradas, ventiladores dependurados de cabeça para baixo, presos à barras de madeira com fita isolante. Mesas estavam repletas de mulheres acima dos 50, que gostavam de "picoler" (beber), portando discretas bolsas Prada.
Minha amiga e eu pensamos, somos nós, logo mais. Tudo que gostaríamos de ser. De estar. Exatamente nosso bar sonhado. Pra hoje e sobretudo amanhã. Nosso cantora, que se tornaria nossa preferida, nos embalava, cantando um sucesso italiano em versão francesa.
Naquele coin familiar, deixamos 5 euros no chapéu. Poderíamos não ter pago 0.50 euros em duas no banheiro, se tivéssemos pedido a ficha no balcão. “Grinhotamos” pouco, mas bem. E o mais importante, saímos de lá, desejando voltar em breve.
Chez Louisette
130 Avenue Michelet
puces de Saint Ouen
tel: 01 40 12 10 14
Metrô Porte de Clignacourt
Aberto aos sábados, domingos e segunda-feira
Aceita somente dindim
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