quinta-feira, 31 de março de 2011

Clemência para Victoria Abril


Na segunda-feira retrasada estreou no canal TF1 Clem , telefilme francês, que conta a epopeia de uma adolescente de 16 anos que engravida e, que terá que aprender a ser mãe, ao mesmo tempo em que se prepara para o vestibular.

Pra quem gosta da temática juvenil, é uma deliciosa fábula moderna, bem "rosa" e floreada, mas não cai num lugar-tão-comum assim. Esse tema foi pouco abordado na TV, a não ser no cinema, em Juno, com a adorável atriz Ellen Page.

No elenco, Victoria Abril, que está ótima. Notamos algo diferente em seu rosto, talvez uma plástica, um botox, porém sem grandes perversões almodovarianas, ela atua com o mesmo carisma em que fez os filmes do cineasta que a lançou.

Há muitos anos, a atriz mora em Paris. Seu "acento" espanhol na língua francesa é uma delícia. Bronzeada, com silhueta de pernas e braços bem definida, ela vive uma mãe espanhola que irá apoiar a maternidade de sua filha custe o que custar.

A história principal é a de Clem (Lucie Lucas), mas existe dois outros eixos tão importantes quanto, os dos pais envolvidos, que seguem o molde de famílía burguesa parisiense que vive na "banlieue", em casas pra lá de charmosas.

Tudo no telefilme é up, colorido. O figurino, o cenário. Paris é um personagem coadjuvante, charmoso, que atua em plena primavera. Dirigido por Joyce Buñuel, nora de Luis Buñuel, fica aqui a sugestão, pra quem está pras bandas de cá.

Abaixo, o teaser de Clem, com Lucie Lucas e Victoria Abril:

quarta-feira, 30 de março de 2011

Fukushima, haikai sem samba

Não sei o que escrever. Os últimos acontecimentos do mês de maio de 2011 me abateram completamente. Perdi a vontade, qualquer que fosse ela. Não carrego nenhum parecer, nenhuma conclusão. Estou de cabeça pra baixo e às avessas.

Por isso minha ausência no blog. Fukushima, um haikai sem o menor samba. Meu "minuto" de silêncio é expontâneo, não instantâneo. Dou um trago desse café radiotiavo, é amargo demais. Jogo mais um torrão de açúcar.

Ele se dissolve na tragédia e vira breu, vazio sem deriva. Afinal nascemos de um tiro, de uma explosão no Universo, não? Seres mutantes virão. Mas sem a graciosidade de Rita Lee. Desculpe-me o termo, fo-de-mos o planeta.

Irreversível? ....Outro grande silêncio, sem reposta ainda.

Escreverei o próximo post sobre um telefilme francês, que nada tem a ver com isso. E seguir. Afinal adoro Victoria Abril mesmo que Almodóvar esteja de cabelo em pé com as escolhas dela.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Fôret de Dourdan

Dourdan é o fim da linha do trem, literalmente. De uma das linhas de vários deles. Aqui "usa-se" trem pra tudo. Preferimos as bikes.
Dourdan é cidade simpática, tem um castelo pra visitar no centro histórico e, lá, tem também uma boulangerie onde a  fila de dobra a esquina, só pra comprar pão.
Dourdan tem uma floresta, e lá fomos nós enfiar o pedal na lama, eu enfiei, Mathieu manteve os pés nele, e as rodas na lama, debaixo de folhas úmidas.

Pedalamos uns 10 km, não suamos, e tomamos um banho de cogumelos. Luna quis descer da tandem pra correr feito cabrita e pescar com gravetos nas poças d'àgua. 
Lá dentro, o vento gelado se esquivou de nós e, num repente, o seu som nos trouxe de volta. Chegamos soprados à Marcoussis, deliciosamente embalados.